domingo, 27 de março de 2016

Primeiro dia em Deli

Me debati bastante durante a noite e acordei assustado ao ouvir o menino do Afeganistão (Mustafá) conversando com a holandesa (Lindy). Cumprimentei a menina com um beijo no rosto – por força do hábito – e ela ficou toda sem jeito. Trocamos algumas palavras sobre a minha viagem até me mostrarem a casa e um quarto espurco, onde eu passaria a viver.

Tomei um banho frio porque não sabia ligar o aquecedor e, tampouco, qual das torneiras era quente. Os dois me convidaram para ir comer em um café próximo, The Village Café. No caminho até lá tive o primeiro contato com o meu bairro, que foi um tanto impactante: uma realidade completamente diferente do que estou (ou estava) acostumado no Brasil.

The Village Café, Kishangarh (Fonte: Reprodução)
Na hora de pagar meu chicken burguer descobri que o lugar não aceitava cartões e muito menos dólares, sendo assim a holandesa teve que fazer as honras. Depois disso voltamos ao apartamento e em seguida fomos ao prédio dos outros intercambistas.

Pensei que o lugar seria longe, mas fica literalmente ao lado de onde eu moro. Lá conheci a menina da Indonésia (Icha), uma alemã (Judith) e, pasmem, um brasileiro. Ao conhecer o Felipe me senti menos assustado com tudo e pude perguntar tudo o que eu queria saber. Querendo ou não, brasileiro é farinha do mesmo saco.

Passamos o dia no quarto apertado deles e no final da tarde conheci o resto do pessoal. A noite fiz minha primeiro corrida com um auto rickshaw – famoso tuktuk – com destino a um bairro com restaurantes, bares e baladas daqui: Hauz Khas Village. A primeira vista eu estava morrendo de medo daquele troço tombar ou bater, mas cheguei vivo.

Hauz Khas Village (Fonte: Reprodução)
Fomos até um bar/balada chamado Moonshine, no terceiro andar de um prédio. E logo de cara já percebi algumas peculiaridades da vida noturna indiana: 1. A vida não é tão noturna assim. As baladas começam as 22h e fecham no máximo a 01:30; 2. Bebidas lá dentro são muito caras. Por exemplo, uma cerveja custa R$23; 3. É permitido fumar dentro das baladas, eles inclusive vendem narguilés; 4. Indianos dançam de um jeito completamente estranho; 5. É completamente normal esbarrar em alguém e não falar nada; 6. Para não pagar, ou você tem contatos para entrar ou vai em alguma noite com entrada free.

Voltando de lá, provei minha primeira iguaria indiana: Kulfi. Um sorvete de massa em forma de palito, com várias opções de sabores. Pedi de pistache e veio de chai, que por sinal era até que gostoso.
Kulfi (Fonte: Reprodução)
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